Review: Magic Mike (2012), de Steven Soderbergh

Magic Mike, de Steven Soderbergh

Quando “Magic Mike” foi anunciado, muito se especulou se seria um filme cult sobre strippers ou uma comédia leve livremente inspirada no passado de Channing Tatum, que compõe o elenco. A única certeza sobre o filme era que exalaria testosterona, barrigas saradas e muito rebolado. No fim das contas, foi só o que conseguiu fazer mesmo.

Existe uma simpatia em relação ao longa que não necessariamente o transforma em uma boa obra cinematográfica. Steven Soderbergh parece destreinado, optando por planos pouco inspirados e nada justificáveis, ou  mesmo fazendo pouco de seu talento que pôde ser visto na franquia “Ocean’s” (2001-2007), por exemplo, ou mesmo nos ótimos “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento” e “Traffic”, filmes de 2000.

O longa até que começa bem, revelando ao público o desprendido universo dos strippers, que ganham dinheiro fácil e se divertem. Mike (Tatum) é um dos garotos mais cobiçados de Dallas (Matthew McConaughey, canastrão), uma espécie de chefão do clube onde os jovens se apresentam. Além de encantar a mulherada, Mike tem seus sonhos empresariais e seu lado sentimental mostra certa vulnerabilidade. Ele mesmo chega a dizer que não é aquilo que parece ser e que tem sonhos na vida fora das boates.

Um dia ele conhece Adam (Alex Pettyfer), que entra ocasionalmente no negócio de Dallas e vira uma febre ao lado dos outros dançarinos. A partir daí, danças sensuais (e repetidas) e uma subtrama sobre a inconsequência da juventude dividem espaço com a liberdade e a ganância. No terceiro ato, “Magic Mike” opta por desviar para um caminho mais humano, envolve drogas e conflitos pouco interessantes, revelando a fragilidade do roteiro de Reid Carolin. Nem mesmo os números musicais são bem ensaiados (alguns atores parecem desconfortáveis em seus personagens) ou divertidos.

Se o longa vale para alguma coisa é para atiçar o lado voyeur do público ou mesmo para brincar com o homoerotismo. Não existe uma narrativa bem aplicada ou uma mensagem relevante ao final do filme. Existem tanquinhos de fora, rebolado, cuecas minúsculas e… bom, um diretor fora de forma, ao contrário de seu elenco principal.

Avaliação: 4/10

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